Em extensa entrevista ao DN, Manuel Alegre classifica o último discurso de Cavaco Silva como “um discurso de dúvidas e de incertezas, que apenas está a prolongar a crise” e que transfere a responsabilidade para os partidos com duas agravantes: “exclui dois partidos” e “mete no mesmo saco o PS e os dois partidos da coligação”. O objetivo, conclui, “parece ser entalar o PS, pois se o PS aceitar um compromisso (…) chegará às eleições desgastado, como aconteceu com o Pasok, da Grécia” e “se não dialogar, será acusado pelo Presidente de virar as costas ao País”. Mas o Presidente "não é o tutor dos partidos" e “o PS não é o terceiro partido da direita”, diz Manuel Alegre, que afirma confiar na honestidade de Seguro para não voltar atrás com a palavra. Alegre considera ainda que “a grande resposta (…) a esta situação era haver uma solução protagonizada pelos três partidos da esquerda”, mas “as suas direções não estão à altura desta responsabilidade histórica, e é pena”, porque, conclui, “era a resposta que esta direita portuguesa estava a precisar – um grande susto com os três partidos da esquerda a entenderem-se.”
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